terça-feira, 27 de março de 2012

Habemus Papam

Um filme corajoso e ousado. A começar por se tratar de um tema altamente delicado e cercado de mistérios que é a Igreja Católica, o conclave e o Vaticano, depois que fazem disso tudo um humor suave. Ou seja, é um filme que fala da eleição do próximo Papa e de suas consequências comicamente!


O trailer é ótimo! Achei de um humor bem engraçado. Só achei que no filme o humor é mais sutil, são pitadas de humor entremeado de uma confusão de identidade do Papa eleito. Será que ele irá conseguir assumir tal responsabilidade? É esse o questionamento e enquanto não se resolve, ele não tem coragem de se saudar o público.

São muitas as situações cômicas, principalmente a decisão do Vaticano em chamar um psicanalista (o melhor, rs) para tratar do novo Papa. Ora, como é que fica a sexualidade, a relação materna, os desejos reprimidos?! Rs! Todos os caminhos pelos quais a psicanálise deveria seguir são barrados (desculpe, tive que usar o "barrado"), afinal, conversar isso com o Santo Padre é um ultraje! Mas o tal psicanalista presta serviços para os cardeais que estão em clausura na Igreja até que o novo Papa se apresente para o público, e aí sugem outras situações cômicas... Campeonato de vôlei, análise a partir de trechos da Bíblia e jogos de cartas estão nos planos. Não achei que em nenhum momento o filme tenha sido desrespeitoso com a religião, o que é um feito.



Daí o novo Papa busca razões para se sentir incapaz para exercer esse novo cargo, e isso não passa pela fé, e sim, pela sua identidade e história, o que é um aspecto interessante. E esse ponto é que faz um contraponto ao humor, porque é um lado sério e reflexivo. Aliás, eu achei o ator que faz o Papa com muita cara de Papa! rs!

A análise do Papa... rs!


O final, à princípio me deixou um pouco desapontada, mas pensando depois, eu gostei. É surpreendente e corajoso, revela o grande dilema pelo qual o Papa passou... Afinal, o sofrimento, a dúvida e a angústia não dizem respeito somente aos "mortais comuns", mas à todos os seres humanos, inclusive aqueles tidos como inabaláveis na fé. E de que não somos fortes o tempo todo. Mas enfim, depois da crise, o Papa saúda o público...

Nota: 8,7.

2 comentários:

  1. Uma idéia muito boa mas mal aproveitada. O filme precisava de uma edição melhor.

    Se tivesse uma produção hollywoodiana seria bem melhor

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  2. Karzin, pq vc acha que uma "produção hollywoodiana" seria melhor??

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