segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cavalo de Guerra (War Horse)

Contêm spoilers!!
 
Cavalo de Guerra é um filme muito comovente, bonito e com um final feliz. É; acontecem muitas reviravoltas, mas dá tudo certo.

É uma história que conta a forte relação de um menino, Albert, com Joey, o seu cavalo. É uma relação de  cumplicidade, amizade e sobretudo, de coragem. 

Joey passa por diversos lugares, por muitas situações e impressiona por onde passa - é bonito, forte e é especial. Coisa de Spielberg. (Ah, créditos para o cavalo negro, amigo de Joey, lindo demais!)

O filme nos poupa das cenas fortes, mas uma cena que me chamou atenção foi quando Joey, num acesso de desespero, fica enrolado num monte de arame farpado, e daí, rende uma das cenas mais interessantes do filme. Dois adversários, no meio do front, aceitam uma trégua para ajudar o cavalo. E Joey acaba se tornando um exemplo de esperança para uma tropa inteira que presenciou todo o seu sofrimento (e isso irá contar no desenrolar do filme).
Alguns cenários são lindos e outros terríveis, como a guerra e seus horrores que são retratados em grande parte do filme.
Joey e o cavalo preto que mencionei

Achei que o filme tem alguns clichês como essa coisa de olhar e ver que é especial (a relação do menino e do cavalo = identificação completa à primeira vista), o pai bêbado que comete asneiras depois de um passado conflituoso e o filho valente que tenta mostrar orgulho pelo pai, na guerra todo mundo morre, menos o protagonista, algumas coisas são bem previsíveis também... O último leilão de cavalos por exemplo.

Outra coisa interessante, é que até mesmo em meio à guerra, a compaixão e o mínimo de amor e caridade contribuem para a sobrevivência de muitos soldados e de uma fagulha de humanidade em seus corações. Outro ponto que achei legal é o diretor mostrar que as relações entre homem e animais podem ser humanizadas sim. Aliás, os animais, na sua pureza, mostram que são muito mais "humanizados" do que os próprios homens.

Como disse, Joey vai conquistando os corações por onde passa e tudo se  entrelaça de modo que, no final, as pessoas e os acontecimentos convergem para que seu destino seja aquele que todos os que assistem desejam ao longo do filme...

E quando tudo parece estar perdido, o amor salva tudo.

Nota: 8,5.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O Palhaço

O palhaço é um filme formidável! Humor e drama nas medidas certas, elenco brilhante, atuações excelentes, fotografia, enredo, trilha sonora... Tudo é maravilhoso!

O filme conta a história de um circo e especialmente de "Benja" (Selton Melo), apelido de Benjamim, que interpreta o palhaço Pangaré ao lado de seu pai, o palhaço Puro Sangue, ambos comandam o Circo Esperança. Benja é uma pessoa engraçada, até quando está triste. No fundo ele se pergunta: "Faço todo mundo rir, mas quem vai me fazer rir?". O drama começa quando ele não consegue mais dar conta do circo, são muitas as exigências (principalmente financeira) que ele não consegue cumprir: é o sutiã, a butina, o ventilador, estar feliz sendo um palhaço. E à medida que ele vai se dando conta disso, começa a não sentir mais prazer na atuação.

O elenco é composto por célebres humoristas, mas também por atores que eu não conhecia que são ótimos. Destaque especial para a menininha que atua como a Guilhermina, mas mesmo assim é difícil, toda a trupe é muito engraçada... as atuações realmente são brilhantes. O filme é permeado por cenas impagáveis, principalmente a cena quando os homens do circo vão parar na delegacia. O discurso do delegado é sublime, extrapola no humor!

O ventilador assume no filme um valor exponencialmente importante, Benja sonha e alucina com ventiladores, ele quer ter um pra si, mas como, se não tem dinheiro? Inclusive as cenas do ventilador  e as cenas dele como vendedor me lembraram um pouco o Cheiro de Ralo (que é um filme excelente)...

A vida itinerante do circo tem alguns reveses, Benja não tem uma carteira de identidade, o que dificulta muito em comprar o ventilador por exemplo...


Outra coisa que me chamou a atenção é a arte do circo. Toda a preparação, a montagem, os músicos, as performances, e o principal no meu ponto de vista, levar um pouco de arte e alegria para os recantos do Brasil onde simplesmente as cidadezinhas não tem o quê oferecer. Inclusive, os prefeitos que iam assistir ao grande evento do circo foram ótimos.

Benja então se arrisca e o que pareceu ser o propósito principal não dá certo, mas serviu pra decidir o seu futuro. E se ele não arriscasse? Ele resolve sua questão existencial se lançando pro que ele acreditava ser uma saída, não foi de um jeito, mas de outro.

Por fim, quando Pangaré toma sua decisão final é muito emocionante: é quando finalmente o fazem rir (nada menos que o ator que fez o Zé Bunitinho) e então ele decide que é um palhaço de verdade. Acho que é porque ele vê a magia que o riso provoca e decide que isso ele é capaz de fazer.
Outra cena muito emocionante é a Gulhermina atuando no circo com tanta pureza e maestria. Belo!
Essa que é a menininha que fez a Guilhermina!

A trilha sonora é exemplar! 

Ah, e o diretor foi o próprio Selton Melo. Tá explicado.

Nota: 11.

www.opalhacofilme.com.br