segunda-feira, 30 de julho de 2012

V de Vingança (V for Vendetta)

Pois é, é um filme que fez muito sucesso e já tem uns aninhos que foi lançado (em 2005), mas nunca tinha visto. É um filme que me lembrou muito o filme 1984 e o período da ditadura no Brasil e a Comissão da Verdade.

O ambiente é num futuro e se passa na Inglaterra. O país é controlado por um partido de regime totalitário onde a mídia (a televisão principalmente) é manipulada pelo governo a transmitir somente informações que lhe interessam e reforçam a submissão da população ao Estado.





Eis que surge V, um homem mascarado, vestido todo de preto com uma capa, luvas e chapéu, fazendo alusão à um personagem histórico chamado Guy Fawkes (a máscara é inspirada em seu rosto) que foi enforcado em 1605 na Inglaterra acusado de traição. Sua aparição é para dar um recado à população: em um ano uma revolução vai acontecer, e mais, o povo é o soberano.
A origem de seu codinome - V - remete ao seu passado, que aos poucos é desvendado no filme.



SPOILERS!

Antes desse partido assumir o poder às escondidas eles capturaram pessoas consideradas "degeneradas" e "subversivas" tais como homossexuais e pessoas que pensavam contra o partido para serem cobaias de um novo vírus. Uma única pessoa parece ter reagido bem (ou seja, não morreu) ao vírus, essa pessoa ficava na cela "V". A pesquisa termina por causa de um grande incêndio (não sei como isso aconteceu...) e tudo é devidamente ocultado. Todos os registros e arquivos são apagados, perdidos ou secretos. Nada ou ninguém pode falar sobre esse assunto e, obviamente, a culpa recaiu sobre inocentes que foram eficazmente mortos. Fim de papo.

Por fim, espalharam esse vírus em duas cidades e com parceria com a indústria farmacêutica "descobriram" um remédio que combatesse o tal vírus (este remédio já tinha sido descoberto e fabricado na época da pesquisa nas cobaias) e assim, o tal partido assumiu o poder "legitimado" pelo povo (só que o povo não sabia dessas mentiras...).



SEM TANTO SPOILERS!

Ou seja, V está diretamente ligado a esse passado secreto e quer vingança, mas ao mesmo tempo em que sua vingança segue em andamento, ela por si só é uma grande revolução porque questiona o poder estabelecido e revela aos poucos a verdade.


V é um homem altamente culto, inteligente e educado. Ao ver sua casa, desconfiei que nesse país fosse proibido ouvir música, ter outras religiões que não fosse a do Chanceler, ver filmes, conhecer a História, as Artes, enfim, tudo era controlado e vigiado. Os detentores do poder são corruptos, unilaterais e violentos e a vingança de V é magistralmente arquitetada.

Eu achei que a personagem de Natalie Portaman, Evey, quase secundária. Achei que fosse ter um papel mais ativo na Revolução já que sua vida fora marcada diretamente pelos mesmos motivos que marcaram a vida de V, mas não... embora sua atuação seja ótima.



Por fim, V deixa seu legado naquele país e ele deve isso à Evey por ela ter despertado nele o amor. E olha que só fui saber que eles se amavam no fim do filme! Em nenhum momento aparece o rosto de V, mesmo porque isso não era o mais importante, mas sim o que ele representava.

O filme retrata muito bem a realidade de muitos países atualmente: a manipulação das informações pelo poder segundo seus interesses, o controle e a repressão daquilo que é considerado "subversivo" e "terrorista", a violência como mantenedora da ordem e a única razão pela qual os representantes políticos formais existem é desvalorizado - o povo. V questiona essa lógica e propõe o inverso: a revelação da verdade e a retomada do poder pelo povo. Ah, é tudo não é tão lindo assim, V mata uma galera ao longo do filme...

Curiosidade: o ator que interpreta V é o mesmo que interpreta o Agente Smith do Matrix! O nome dele é: Hugo Weaving.

Fiquei me perguntando: será possível uma revolução sem que a violência seja a estratégia principal?

Nota: 10.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Sinais Vitais (Les Signes Vitaux)

É um filme que me chamou atenção pela sua temática principal: a terminalidade humana. Uma moça chamada Simone, após a morte de sua avó, começa a trabalhar voluntariamente num hospital com pacientes terminais, ou pelo menos que estão em uma situação grave de risco.

Simone se isola para se dedicar ao trabalho no hospital. O hospital é um lugar privilegiado em reunir diversas situações e pessoas: velhinhos solitários, pacientes arrogantes, conflitos familiares, a relação entre a equipe de profissionais, o sofrimento e, sobretudo, o se deparar cotidianamente com a morte e a fragilidade humana.

Duas coisas me irritaram no filme. Primeiro, a trilha sonora é muito irritante! É repetitiva demais! E segundo, a relação que Simone tinha com o suposto namorado. Os dois me pareceram muito infantis... Ah, tem uma terceira coisa. Simone aplica a injeção que provoca  a morte daquela velhinha? Como assim isso acontece, é descoberto pelo médico e fica nisso mesmo?! Achei que ficou uma lacuna desse episódio, não teve um aprofundamento dessa discussão, e convenhamos, como uma voluntária que está há pouco tempo no hospital (embora o tempo de trabalho não justifique esse ato) aplica uma injeção que provoca a morte de uma paciente (ainda que fosse um pedido dela), diz que ela "não fez nada" e fica nisso? Não dá. Não estou aqui me colocando à favor ou contra à eutanásia (ou qualquer outro nome que queiram dar, existem muitos termos e todos muito polêmicos), mas estou questionando que foi abordado um tema complexo sem ser devidamente discutido.

Simone e Boris, seu suposto namorado
Uma curiosidade: a atriz que interpreta Simone usa próteses nas duas pernas, na altura do joelho pra baixo, e isso aparece em vários momentos do filme, li que ela teve que amputar as pernas aos 11 anos de idade, não sei o porquê. O interessante é que isso não é explorado no filme, é uma personagem/atriz que usa próteses e ponto. Só isso. 


No final fica a sensação de que a vida é  muito vulnerável, e talvez por isso, um bem muito valioso.

Nota: 6.

domingo, 22 de julho de 2012

Alamar (To The Sea)

Natan
Alamar é um filme adorável. É um filme curto e lento. Mostra como são as férias de Natan, um menino de uns 5 anos, com o pai numa ilha. 


Os pais são separados; a mãe mora na Itália com Natan e o pai é pescador e tem uma vida muito simples. Mora numa casa de madeira, sobre o mar (acho que se chama "casa de palafita") e pesca com o pai (avó de Natan) num mar que é lindo demais. Lidam com a natureza diretamente. O pai de Natan lembra aqueles nativos de ilhas desertas - anda descalço, tem cabelão, anda sem blusa, faz tudo manualmente e lida com a natureza de forma muito natural.


O "cenário", se é que pode se chamar assim, é um lugar paradisíaco e Natan é introduzido nesse mundo sem delongas. É tanta beleza "que cansa". A criança se dá muito bem com os animais, com a pesca, com os crocodilos, com as aves, enfim, observei que Natan, embora vivesse sua vida cotidiana numa metrópole, soube conviver com esse mundo muito bem. Me fez pensar que somos tão condicionados a acreditar que precisamos de "coisas" tecnológicas para nos divertir, trabalhar ou simplesmente viver, que ignoramos o fato de que uma vida simples tem seu valor e que é possível.

Natan, Blanchita de costas e o pai de Natan
Outra coisa que me chamou atenção é que Natan não era cercado de cuidados exagerados pelo pai ou o avó, foi um convívio apraz e sem acidentes. Numa cena em que Natan tá na beira de um rio brincando e seu pai o chama a atenção de crocodilos por ali, e realmente aparece a cabeça de um, aí pensei: "Putz, vai acontecer alguma coisa!". E foi interessante reparar que eu mesma esperava o pior, talvez porque para mim seja inconcebível deixar uma criança brincar num rio onde tenha crocodilos! rs! E nada aconteceu.

A fantasia de Natan tinha lugar ali tanto é que ele faz uma "encomenda" (são desenhos que ele faz e uma flor) numa garrafa e a joga no mar e também quando ele e o pai procuram por "Blanchita", a ave que eles estabelecem um contato próximo.

Ah, e acho que foi um documentário porque os nomes dos personagens tinham os mesmos nomes dos "atores".

Acho que todos nós gostaríamos de ter tido essas férias quando éramos crianças...

Nota: 7,5.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Pântanos (Marécages)

Conta a história de uma família de fazendeiros composta pelo casal que tem um filho chamado Simon. Não sei o que é causa ou consequência, mas Simon ajuda nos muitos trabalhos da fazenda de modo desinteressado, por outro lado, seus pais o tratam como um serviçal. Simon é envolvido na morte de seu pai por descuido e desatenção, e sua mãe o culpa pela morte do marido.



É claro que para Simon, um adolescente, é chato viver todos os dias trabalhando, ainda mais numa fazenda (imagine vcs: alimentar as vacas, limpar o celeiro, fazer o parto dos bezerrinhos, carregar peso, etc). Ao longo do filme dá pra notar que eles não têm amigos e nem um circulo social. Simon conta com as avós para aliviar seu sofrimento, mas definitivamente ele está só.



Daí que o filme é um pouco da digestão (ou não) dessa culpa, por parte da mãe e do filho Simon. Ela não o perdoa, mas se sente culpada; ele sente culpa e é difícil perdoar a indiferença da mãe.

Tem spoiler!

O final reserva uma surpresa... Me pareceu uma saída distorcida diante da falência da fazenda, mas fica a pergunta, quem foi que fez aquilo? Para mim foi o garoto que não viu outra saída senão matar as vaquinhas e salvar a família que restou.

Nota: 5,5.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O despertar (The awakening)


É um filme que fala sobre o sobrenatural, fantasmas e aparições. É um pouco criativo (como por exemplo a protagonista ter um romance ou ser uma mulher a investigar os casos) e incrivelmente tem boas atuações, coisas que filmes desse gênero não costumam ter...



O filme se passa em 1921, após a Primeira Guerra Mundial. Florence é uma jovem escritora e pesquisadora e é conhecida por desvendar eventos tidos como "paranormais" por meio da lógica e do auxílio de tecnologia (obviamente, a tecnologia da época). É chamada a ir investigar um caso num orfanato para meninos onde há a queixa de aparições de um fantasma de uma das crianças que morreu de forma misteriosa. Esse é o mote principal do filme.


Acontece que são tantas as reviravoltas e um final confuso, que perdeu a graça... Como li numa outra crítica, o Mal de Shyamalan (diretor de Sexto Sentido, A Vila, Corpo Fechado - filmes que gostei muito por sinal) parece permear os filmes de suspense ultimamente. Fica essa sensação de que o final terá algo muito surpreendente e quando chega, vi um esforço exagerado de dar um sentido ao final da história.


Bom, nem preciso dizer que não gostei do final.

Nota: 5

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Prometheus

Pra começo de conversa, eu não gostei desse filme. Achei cópia do Alien, o 8º passageiro...

Têm spoilers!

Na minha modesta opinião é uma sequencia de erros do filme, que às vezes beira o tosco. Achei que Ridley Scott forçou demais.

1º) Não achei o roteiro original. Uma equipe segue rumo a um planeta desconhecido em busca dos criadores dos seres humanos. Ok. Até aí vai, a gente espera que desse mote as coisas aconteçam, mas é tudo repeteco... A equipe não sabe nada do planeta, por exemplo, as condições do ar eles ficam sabendo na hora que estão aterrisando... O resto é parecido com o Alien.

2º) Como aquele robô, David, faz expedições particulares no planeta sem que ninguém soubesse?!

o robô David
3º) Quanta estupidez o velhote achar que o Engenheiro iria lhe conceder a imortalidade! Por que ele achou que isso aconteceria? Pra mim não faz o menor sentido.

4º) Qual a importância do personagem da atriz loirinha (Charlize Theron)? Eu não entendi. Pra mim foi totalmente secundária a sua aparição.


o Engenheiro-emborrachado!
5º) Me diz uma coisa, digamos que você seja a pessoa mais rica do planeta, aí você investe 3 trilhões (é, TRILHÕES) num projeto para explorar um outro planeta (cuja viagem demora mais de 2 anos) para descobrir vida. Detalhe, você é um super velho, de uns 200 anos, e provavelmente não viverá para voltar à Terra. Imaginou? Como você imagina que seria sua equipe de exploradores-cientistas? No mínimo a mais gabaritada e competente, certo? No filme não é assim. A equipe não se conhece e nem sabe o que estão fazendo na nave... Aff!

6º) Na parte final, quando a tal da nave alienígena alcança vôo, o único recurso para combatê-la é...? Opção a) Atirar raios laseres; b) bombas nucleares; c) robôs-soldado; d) bolas de fogo; e) campo magnético, qualquer coisa que uma mente criativa pode pensar que exista num futuro distante, mas não. Eles não têm armas!!! Eles viajam a não-sei-quantos-anos-luz de distância da Terra e não tem como se defenderem! A única saída? Jogam a nave pra se chocar com a nave deles! Hahahaha!

a personagem de Charlize - Vickers - cuja função na trama eu não entendi
7º) Achei os Engenheiros muito mal feitos, pareciam de borracha! rs! Mal feito também o velhinho...

8º) A cena em que a lorinha atira chamas de fogo no cientista bonitão que tava infectado foi tosca demais.

9º) O pior pra mim foi o final. Nonsense total! A mulher, Elizabeth, sobrevive. Ok, lá existem milagres. Mas o pior é ela querer descobrir os criadores dos Engenheiros, para talvez descobrir o porquê na existência dos seres humanos. Pega a nave, juntamente com a cabeça do David, e partem rumo a algum lugar...
o casal de antropólogos que fazem uma incrível descoberta: os humanos foram criados por seres extraterrestres
Ficaram muitas perguntas, pelo menos pra mim.

Por que, logo na cena inicial, aparece um alienígena-Engenheiro que se mata? Por que os Engenheiros queriam destruir os humanos? E por que os criadores dos Engenheiros queriam matá-los? Por que tinha um monte de et's mortos na nave que os humanos encontraram?

Por fim, gostaria de dizer que gostei dos efeitos e da cena em que a pesquisadora precisa tirar o alien de dentro dela e vai fazer a cirurgia "abdominal" na máquina lá. Foi uma cena bem legal.

Nota: 4.