terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Tomboy


Filme sensível que aborda o tema da homossexualidade com delicadeza e com muita beleza.

Laure é uma menina que se veste e se comporta como um menino, tanto é que fica uma dubiedade logo no início do filme, se se trata de uma menina ou menino. Laure e sua família se mudam para um novo apartamento e com isso Laure faz novas amizades...e se apresenta como Mikael.

Jeanne e Laure/Mikael

Lisa e Mikael


O filme se desenrola nesse dilema: Mikael está se tornando popular entre os meninos - e com Lisa, uma menina que se apaixona por ele -  mas cada vez que passa, a verdade fica mais perto de ser revelada...

O filme é sensível o tempo todo: mostra as brincadeiras das crianças, as preocupações de Mikael/Laure, como a risada é fácil quando ele está como menino e entre as demais crianças, como a relação dele com a irmã, Jeanne, é de carinho, cuidado, amizade e proteção. Os pais de Mikael são amáveis e não a proíbem de se vestir com roupas masculinas e de ter o cabelo curto.


As coisas vão se complicando quando, depois de uma briga, Mikael é descoberto como menina, e a mãe faz questão de mostrar que é uma menina... É humilhante para a criança... Mas fico pensando no lugar dos pais: como lidar com uma filha, que ainda é criança, e sua identidade sexual?

Típicos de filmes que abordam essa temática, em Tomboy, em nenhum momento há uma conotação à algo sexual, toda a história acontece num mundo infantil, inocente. Mikael parece não se preocupar excessivamente com o corpo que tem, mas pensa de quê forma pode interagir com os colegas sem que se sinta constrangido.


Destaque para as interpretações das atrizes-mirins que fazem Laure/Mikael e a irmã caçula, Jeanne. Excelentes e muito autênticas! 

Fiquei pensando sobre o título e descobri que "tomboy" é uma palavra que designa uma menina com comportamento masculino, mas pensei em outra coisa. O filme é francês e o verbo "tomber" significa "cair", seria algo como "o menino cai?" E tem uma cena no filme que a Jeanne é empurrada por um dos meninos que disse que achava ela chata, e Mikael começa a brigar com o menino que fez isso... e todo rolo começa... Ou seja, o verbo estaria diretamente ligado à essa cena que mostra um comportamento habitualmente masculino. Viagens à parte, eu recomendo! rs!

Por fim, é um filme sensível para sensíveis!

Nota: 10.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Edifício Master



O filme se passa no Edifício Master que é um prédio antigo em Copacabana. A equipe de filmagem passou 7 dias no edifício entrevistando alguns dos seus muitos moradores. 

As histórias pessoais que são contadas são muito interessantes; tem de tudo, de pessoas famosas a anônimos, de tragédias a alegrias. São narradas histórias íntimas de pessoas comuns que abrem a sua porta para a equipe.

Tem casal que deixa claro suas brigas, seus amores e suas paixões; têm jovens que moram lá para estudar; outros jovens que vieram ao Rio para tentar a sorte na música; tem uma jovem que se prostitui; tem um ex-treinador de futebol, ex-ator; pessoas que tiveram uma vida de fama e sucesso; pessoas que tiveram um vida muito sofrida; uma mulher que não olha nos olhos, uma outra que teve um filho muito jovem, uma outra que tentou pular da janela; o porteiro que teve um história de abandono e de cuidado; um idoso que cantou com Sinatra. Enfim, histórias de vida.


Muitas são as reclamações de como Copacabana é um bairro com muita gente, muito movimento e barulho; outras pessoas destacam essas mesmas características como algo positivo que torna o bairro diverso e rico.

O que me chamou a atenção no documentário é o quanto somos diversos. E dependendo do espaço, um prédio por exemplo, existe a capacidade de conjugar num mesmo local tantas pessoas diferentes, com histórias diferentes. 

Me emocionou também os relatos corajosos, como o da moça que se prostitui e falou sobre isso abertamente. Que palavras sábias! Imagino como deve ter sido sua vida para que ela acumulasse tanto esclarecimento sobre a vida e sobre si. 

Nota: 8.