Ferrugem e Osso é um filme que conta o romance de um casal e as crueldades cotidianas, tanto as impostas pela vida, como aquelas impostas pelos próprios personagens aos outros ou a si mesmos.
Stéphanie é uma treinadora de orcas num parque aquático e Ali é um homem que vai com seu filho morar na casa da irmã. Os dois se conhecem numa boate onde ele é o segurança e ela se envolve numa briga. Acontece um grave acidente e Stéphanie perde as duas pernas, da altura do joelho pra baixo (isso não é spoiler!) e precisa se readaptar à sua nova realidade, enquanto isso, Ali passa por empregos "duvidosos" e vive em conflito com o filho e com a irmã.
à direita, a irmã e o filho de Ali |
O bacana desse filme é a relação dura dos corpos com as crueldades da vida dos personagens. Há cenas violentas como nas lutas, a amputação de Stéphanie, o desespero de Ali no gelo para resgatar seu filho (inclusive, que cena! Talvez, aí seja o único momento que Ali "desaba"), onde a dor, o sangue, o impacto na carne não fazem muita diferença e, ao mesmo tempo, fazem parte da vida.
Destaque para a atuação dos atores, excelente!
O efeito especial nas pernas amputadas é perfeito, fiquei em dúvida se seria real ou não (embora nunca tivesse ouvido falar que a atriz Marion Cotillard não tivesse as pernas. É porque tem um filme "Sinais Vitais" onde a atriz não tem as pernas mesmo).
Uma cena que me chamou atenção foi a de Stéphanie voltando ao aquário e se encontrando com uma das orcas e se comunicam pelo vidro. Lindo e sensível.
Será que as tatuagens que ela faz nas pernas (ela tatua "esquerda" e "direita") fazem referência às lutas de Ali?
Fiquei pensando muito no título. Talvez o "osso" representasse aquilo que é corporal e "ferrugem" a degradação desse orgânico. De certa forma, os personagens vivem essa metáfora.
Nota: 9.
Morbido, deprimente, apelativo... lixo!!
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